Tem dias que são de calmaria.
Não acontecem brigas.
Tudo é aceito, a resposta é pacifica, a expressão é de aceitação.
O aceno da cabeça é de concordância.
E de repente o balançar das asas da borboleta faz tudo mudar.
Está instaurado o caos.
Primeiro ouço a respiração profunda. A testa enruga.
A resposta se torna grosseira ou o silêncio se instala.
Surge um burraco entre nós com quilômetros de distância um do outro e uma profundidade letal.
Preciso manter a calma. Segurar o choro. Engolir seco.
Não falar nada para não piorar a situação.
Não tem solução.
É prender a respiração e esperar a onda passar.
Vai passar, logo passa.
Tudo passa.
Demora dois ou três dias, e logo a situação volta ao normal .
E assim sigo a vida.
O choro vem depois. Quando estou só no carro.
Ninguém sabe o que acontece.
Tenho vergonha. Tenho medo.
Caio, aceito e me levanto.
Cíclico.
Vai passar, logo passa.
Tudo passa.